domingo, 27 de julho de 2014

ENSINO RELIGIOSO ATIVIDADES Martin, o sapateiro.

  Filme: Martim o Sapateiro.
 Leia novamente a história, reflita e responda as questões. Martin, o sapateiro
Martin era um sapateiro em uma vila pequena. Desde que morreu a esposa e os filhos, ele se tornou triste. Um dia, um homem sábio lhe falou que ele deveria ler os evangelhos porque lá ele descobriria como Deus gostaria que ele vivesse. Martin passou a ler os evangelhos. Certo dia leu a narrativa do evangelho de Lucas do banquete em casa do rico fariseu que recebeu Jesus em sua casa, mas não providenciou água para os pés, nem ungiu a cabeça de Jesus, nem o beijou. Naquela noite, Martin foi dormir pensando em como ele receberia Jesus, se ele viesse a sua casa. De repente, acordou sobressaltado com uma voz que lhe dizia: "- Martin! Olha para a rua amanhã, pois eu virei." Logo cedo, o sapateiro acendeu o fogo e preparou sua sopa de repolho e seu mingau. Começou a trabalhar e se sentou junto à janela para melhor ver a rua. Pensando na noite da véspera, mais olhava a rua do que trabalhava. Passou um porteiro de casa, um carregador de água. Depois uma mulher com sapatos de camponesa, com um bebê ao colo. Ela estava vestida com roupas pobres, leves e velhas. Segurando o bebê junto ao corpo, buscava protegê-lo do vento frio que soprava forte. Martin convidou-a a entrar e lhe serviu sopa. Enquanto comia, ela contou sua vida. Seu marido era soldado. Estava longe há oito meses. Ela já vendera tudo o que tinha e acabara de empenhar seu xale. Martin buscou um casaco grosso e pesado e envolveu a mulher e o filho. Depois de alimentados e agasalhados, eles se foram, não sem antes Martin deixar na mão da pobre mãe umas moedas para que ela pudesse tirar o xale do penhor. Quando um velho que trabalhava na rua, limpando a neve da frente das casas, parou para descansar, encostado à parede da sua oficina e lar, Martin o convidou a entrar. Serviu-lhe chá quente e lhe falou da sua espera. Ele aguardava Jesus. O velho homem foi embora, reconfortado no corpo e na alma e Martin voltou a costurar uma botina. O dia acabou. E quando ele não podia mais ver para passar a agulha pelos furos do couro, juntou suas ferramentas, varreu o chão e colocou o lampião sobre a
mesa. Buscou o Evangelho e o abriu. Então, ouvindo passos, ele olhou em volta. Uma voz sussurrou: "-Martin, você não me conhece?" "-Quem é?", perguntou o sapateiro. "-Sou eu" disse a voz. E num canto da sala, apareceu a mulher com o bebê ao colo. Ela sorriu o bebê também e então desapareceram. "-Sou eu" tornou a falar a voz. Em outro canto apareceu o velho homem. Sorriu. E desapareceu. A alma de Martin se alegrou. Ele começou a ler o evangelho onde estava aberto: "Porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era hóspede, e me recolhestes." No fim da página, ele leu: "quantas vezes vós fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a mim é que o fizestes." E Martin compreendeu que o Cristo tinha ido a ele naquele dia, e que ele o recebera bem.
http://textos_legais.sites.uol.com.br/amor_de_verdade.htm
1) Descreva como era a vida do personagem principal da história?
2) A dor e triste que Martin vivia impediam que ele percebesse as coisas bonitas da vida. Que conselho ele recebeu? Onde ele buscou resposta para a sua vida?
3) Descreva as atitudes que Martin teve com cada pessoa que precisou da sua ajuda?
4) Deus se manifesta de diversas formas em nossa vida. Como você percebe o amor e a presença de Deus em sua vida?
5) “Quantas vezes vós fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a mim é que o fizestes”. Quais são os “irmãos menores” que precisam do seu amor e da sua solidariedade?
6) Descreva três exemplos do Evangelho onde Jesus acolhe e ajuda os “irmãos mais pequeninos”.
7) Qual a mensagem que você tirou para a sua vida da história: Martin o sapateiro?

Atividade com a letra da música Pau de Arara

Pau de Arara
Quando eu vim do sertão,
seu môço, do meu Bodocó
A malota era um saco
e o cadeado era um nó
Só trazia a coragem e a cara
Viajando num pau-de-arara
Eu penei, mas aqui cheguei (bis)
Trouxe um triângulo, no matolão
Trouxe um gonguê, no matolão
Trouxe um zabumba dentro do matolão
Xóte, maracatu e baião
Tudo isso eu trouxe no meu matolão
1. Você conhece o significado das palavras  da canção ? Pesquise o significado  daquelas que você não conhece .
2. De onde veio o protagonista da canção? Aonde ele chegou ?
3. Como se deslocou de lá?
4.Esse meio de transporte é adequado?
5.Ele é usado ainda hoje?
6. O que o protagonista da canção carregou em seu matulão?
7.  Para que serve esses instrumentos ?
8. Em que ritmos musical  são usados ?
9.Escreva um pequeno texto explicando como a letra dessa música se relaciona com o que  acontece hoje na nosso lugar?
10.Em ‘’viajando no pau-de-arara’’, a expressão grifado significa :
a) Caminhão
b) Pedaço de pau
c) Instrumento de tortura
d) Retirante
11. Pau-de-arara é um substantivo:
a) Simples
b) Próprio
c) Comum
d) Composto
12. Ao separamos as silabas da palavra maracatu teremos
a) Ma-ra-catu
b) Mara-ca-tu
c) Ma-ra-ca-tu

d)Mar-a-ca-tu 

sábado, 26 de julho de 2014

Exercício de Compreensão e Interpretação de Textos
RETRATO

Eu não tinha este rosto de hoje,
Assim calmo, assim triste, assim magro,
Nem estes olhos tão vazios,
Nem o lábio amargo.

Eu não tinha estas mãos sem força,
Tão paradas e frias e mortas;
Eu não tinha este coração
Que nem se mostra.

Eu não dei por esta mudança,
Tão simples, tão certa, tão fácil:
— Em que espelho ficou perdido
A minha face?
Cecília Meireles: poesia, por Darcy Damasceno.
 Rio de Janeiro: Agir, 1974. p. 19-20.

  1. O tema do texto é

a)  A consciência súbita sobre o envelhecimento.
b)  A decepção por encontrar-se já fragilizada.
c)  A falta de alternativa face ao envelhecimento.
d)  A recordação de uma época de juventude.
e)  A revolta diante do espelho.

Senhora

(Fragmento)

Aurélia passava agora as noites solitárias.
Raras vezes aparecia Fernando, que arranjava uma desculpa qualquer para justificar sua ausência. A menina que não pensava em interrogá-lo, também não contestava esses fúteis inventos. Ao contrário buscava afastar da conversa o tema desagradável.
Conhecia a moça que Seixas retirava-lhe seu amor; mas a altivez de coração não lhe consentia queixar-se. Além de que, ela tinha sobre o amor idéias singulares, talvez inspiradas pela posição especial em que se achara ao fazer-se moça.
Pensava ela que não tinha nenhum direito a ser amada por Seixas; e pois toda a afeição que lhe tivesse, muita ou pouca, era graça que dele recebia. Quando se lembrava que esse amor a poupara à degradação de um casamento deconveniência, nome com que se decora o mercado matrimonial, tinha impulsos de adorar a Seixas, como seu Deus e redentor.
Parecerá estranha essa paixão veemente, rica de heróica dedicação, que entretanto assiste calma, quase impassível, ao declínio do afeto com que lhe retribuía o homem amado, e se deixa abandonar, sem proferir um queixume, nem fazer um esforço para reter a ventura que foge.
Esse fenômeno devia ter uma razão psicológica, de cuja investigação nos abstemos; porque o coração, e ainda mais o da mulher que é toda ela, representa o caos do mundo moral. Ninguém sabe que maravilhas ou que monstros vão surgir esses limbos.
ALENCAR, José de. Capítulo VI. In: __. Senhora. São Paulo: FTD, 1993. p. 107-8.

  1. O narrador revela uma opinião no trecho

a)  “Aurélia passava agora as noites solitárias.”
b)  “...buscava afastar da conversa o tema desagradável.”
c)  “...tinha impulsos de adorar a Seixas, como seu Deus...” 
d) “...e se deixa abandonar, sem proferir um queixume,...” 
e) “Esse fenômeno devia ter uma razão psicológica,...”

A sombra do meio-dia

A Sombra do Meio-Dia é o belo título de um romance lançado recentemente, de autoria do diplomata Sérgio Danese. O livro trata da glória (efêmera) e da desgraça (duradoura) de um ghost-writer, ou redator-fantasma – aquele que escreve discursos para outros. A glória do ghost-writer de Danese adveio do dinheiro e da ascensão profissional e social que lhe proporcionaram os serviços prestados ao patrão – um ricaço feito senador e ministro, ilimitado nas ambições e limitado nos escrúpulos como soem ser as figuras de sua laia. A desgraça, da sufocação de seu talento literário, ou daquilo que gostaria que fosse talento literário, posto a serviço de outrem, e ainda mais um outrem como aquele. As exigências do patrão, aos poucos, tornam-se acachapantes. Não são apenas discursos que ele encomenda. É uma carta de amor a uma bela que deseja como amante. Ou um conto, com que acrescentar, às delícias do dinheiro e do poder, a glória literária. Nosso escritor de aluguel vai se exaurindo. É a própria personalidade que lhe vai sendo sugada pelo insaciável senhorio. Na forma de palavras, frases e parágrafos, é a alma que põe em continuada venda.
Roberto Pompeu de Toledo, Revista VEJA, ed.1843,
3 de março de 2004. Ensaio p. 110.

  1. O texto foi escrito com o objetivo de
a)       Conscientizar o leitor.
b)       Apresentar sumário de uma obra.
c)       Opinar sobre um livro.
d)       Dar informações sobre o autor.
e)       Narrar um fato científico.

Texto I
Carta
(Fragmento)

A terra não pertence ao homem; é o homem que pertence à terra. Disso temos certeza. Todas as coisas estão interligadas, como o sangue que une uma família. Tudo está relacionado entre si. O que fere a terra fere também os filhos da terra. Não foi o homem que teceu a trama da vida: ele é meramente um fio da mesma. Tudo que ele fizer à trama, a si próprio fará.
Carta do cacique Seattle ao presidente dos EUA em 1855.
Texto de domínio público distribuído pela ONU.

Texto II
Dicionário de Geografia
(Fragmento)

Segundo o geógrafo Milton Santos: “o espaço geográfico é a natureza modificada pelo homem através do seu trabalho”. E “o espaço se define como um conjunto de formas representativas de relações sociais do passado e do presente e por uma estrutura representada por relações sociais que estão acontecendo diante dos nossos olhos e que se manifestam através de processos e funções”.

GIOVANNETTI, G. Dicionário de Geografia. Melhoramentos, 1996.

  1. Os dois textos diferem, essencialmente, quanto

a)       À abordagem mais objetiva do texto I.
b)       Ao público a que se destina cada texto.
c)       Ao rigor científico presente no texto II.
d)       Ao sentimentalismo presente no texto I.
e)       Ao tema geral abordado por cada autor.

Quando a separação não é um trauma

A Socióloga Constance Ahrons, de Wisconsin, acompanhou por 20 anos um grupo de 173 filhos de divorciados. Ao atingir a idade adulta, o índice de problemas emocionais nesse grupo era equivalente ao dos filhos de pais casados. Mas Ahrons observou que eles "emergiam mais fortes e mais amadurecidos que a média, apesar ou talvez por causa dos divórcios e recasamentos de seus pais". (...) Outros trabalhos apontaram para conclusões semelhantes. Dave Riley, professor da universidade de Madison, dividiu os grupos de divorciados em dois: os que se tratavam civilizadamente e os que viviam em conflito. Os filhos dos primeiros iam bem na escola e eram tão saudáveis emocionalmente quanto os filhos de casais "estáveis". (...)
Uma família unida é o ideal para uma criança, mas é possível apontar pontos positivos para os filhos de separados. "Eles amadurecem mais cedo, o que de certa forma é bom, num mundo que nos empurra para uma eterna dependência.”
REVISTA ÉPOCA, 24/1/2005, p. 61-62. Fragmento.

  1. No texto, três pessoas posicionam-se em relação aos efeitos da separação dos pais sobre os filhos: uma socióloga, um professor e o próprio autor. Depreende-se do texto que

a)        A opinião da socióloga é discordante das outras duas.
b)       A opinião do professor é discordante das outras duas.
c)       As três opiniões são concordantes entre si.
d)       O autor discorda apenas da opinião da socióloga.
e)       O autor discorda apenas da opinião do professor.

Luz sob a porta

— E sabem que que o cara fez? Imaginem só: me deu a maior cantada!  Lá, gente, na porta de minha casa! Não é ousadia demais?
— E você?
— Eu? Dei telogo e bença pra ele; engraçadinho, quem ele pensou que eu era?
— Que eu fosse.
— Quem tá de copo vazio aí?
— Vê se baixa um pouco essa eletrola, quer pôr a gente surdo?
(VILELA, Luiz. Tarde da noite. São Paulo: Ática, 1998. p. 62.)

  1. O padrão de linguagem usado no texto sugere que se trata de um falante

a)       Escrupuloso em ambiente de trabalho.
b)       Ajustado às situações informais.
c)       Rigoroso na precisão vocabular.
d)       Exato quanto à pronúncia das palavras.
e)       Contrário ao uso de expressões populares.


A Formiga e a Cigarra

Era uma vez uma formiguinha e uma cigarra muito amigas. Durante todo o outono, a formiguinha trabalhou sem parar, armazenando comida para o período de inverno. Não aproveitou nada do Sol, da brisa suave do fim da tarde nem do bate-papo com os amigos ao final do expediente de trabalho, tomando uma cervejinha. Seu nome era
“trabalho” e seu sobrenome, “sempre”.
Enquanto isso, a cigarra só queria saber de cantar nas rodas de amigos e nos bares da cidade; não desperdiçou um minuto sequer, cantou durante todo o outono, dançou, aproveitou o Sol, curtiu para valer, sem se preocupar com o inverno que estava por vir.
Então, passados alguns dias, começou a esfriar. Era o inverno que estava começando.
A formiguinha, exausta, entrou em sua singela e aconchegante toca repleta de comida.
Mas alguém chamava por seu nome do lado de fora da toca. Quando abriu a porta para ver quem era, ficou surpresa com o que viu: sua amiga cigarra, dentro de uma Ferrari, com um aconchegante casaco de visom. E a cigarra falou para a formiguinha:
– Olá, amiga, vou passar o inverno em Paris. Será que você poderia cuidar da minha toca?
– Claro, sem problema! Mas o que lhe aconteceu? Como você conseguiu grana pra ir a
Paris e comprar essa Ferrari?
– Imagine você que eu estava cantando em um bar, na semana passada, e um produtor gostou da minha voz. Fechei um contrato de seis meses para fazer shows em Paris... A propósito, a amiga deseja algo de lá?
– Desejo, sim. Se você encontrar um tal de La Fontaine por lá, manda ele pro DIABO
QUE O CARREGUE!
MORAL DA HISTÓRIA: “Aproveite sua vida, saiba dosar trabalho e lazer, pois trabalho em demasia só traz benefício em fábulas do La Fontaine”.
Fábula de La Fontaine reelaborada.
http://www.geocities.com/soho/Atrium/8069/Fabulas/fabula2.html - com adaptações

  1. Em relação ao texto original da fábula, percebe-se ironia no fato de

a)       A cigarra deixar de trabalhar para aproveitar o Sol.
b)       A formiga trabalhar e possuir uma toca.
c)       A cigarra, sem trabalhar, surgir de Ferrari e casaco de visom.
d)       A cigarra não trabalhar e cantar durante todo o outono.
e)       A formiga possuir o nome “trabalho” e o sobrenome “sempre”.


O Islã não é só árabe
Religião abrange diversas etnias em todo mundo

Boa parte da população ocidental acredita que o mundo islâmico é aquela porção de países do Oriente Médio que têm como idioma oficial o árabe. Por isso, são indevidamente considerados árabes alguns países de maioria islâmica, mas que têm outros idiomas, como Turquia (línguas turca e curda), Irã (persa), Afeganistão
(pashtu e dari) e Paquistão (urdu e punjabi).
Existem atualmente cerca de 1,3 bilhão de muçulmanos no mundo, como são denominados os adeptos do islamismo. A maioria vive na Ásia, onde essa religião nasceu e ganhou o mundo há cerca de 1.400 anos. Da Ásia, os muçulmanos passaram para o norte da África - onde foram chamados de mouros - e parte da Europa. Integraram-se com africanos, europeus das penínsulas ibérica e itálica e outros povos. Hoje eles estão presentes também entre europeus, norte-americanos e até brasileiros.
O islamismo cresceu em número de adeptos muito mais fora do mundo árabe do que no local em que a religião nasceu. Basta fazer uma comparação: os países islâmicos mais populosos, como a Indonésia (com “apenas” 228 milhões de habitantes), o Paquistão (145 milhões), Bangladesh (131 milhões) e Nigéria (127 milhões) têm contingentes humanos muito maiores que o Egito (70 milhões), país de maior população entre os árabes, seguido de longe pelo Sudão (36 milhões). Até a Índia, majoritariamente hindu, tem aproximadamente 100 milhões de muçulmanos.

Revista GALILEU. p. 42. Novembro de 2001.

  1. Assinale verdadeira ou falsa o que diz respeito ao uso das aspas no termo apenas:

a)       Irônico.
b)       Crítico.
c)       Metafórico.
d)       Coloquial.
e)       Técnico

O bicho

Vi ontem um bicho
Na imundice do pátio
Catando comida entre os detritos.

Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.

O bicho não era um cão,
Não era um gato.
Não era um rato.

O bicho, meu Deus, era um homem.

BANDEIRA, Manuel. Poesias reunidas.
Rio de Janeiro: Ática, 1985.

9.       O que motivou o bicho a catar restos foi:

a)       A própria fome.
b)       A imundice do pátio.
c)       O cheiro da comida.
d)       A amizade pelo cão.



  1. A respeito da tirinha da Malfada, é correto afirmar que ela:

a)       Gosta do Natal pelo mesmo motivo de sua amiga.
b)       Pensa em resposta à pergunta da amiga.
c)       Concorda com a forma de pensar de sua amiga.
d)       E a amiga têm as mesmas opiniões.
e)       Percebe que a amiga não compreendeu sua fala.

A língua está viva

Ivana Traversim

                Na gramática, como muitos sabem e outros nem tanto, existe a exceção da exceção. Isso não quer dizer que vale tudo na hora de falar ou escrever. Há normas sobre as quais não podemos passar, mas existem também as preferências de determinado autor – regras que não são regras, apenas opções. De vez em quando aparece alguém querendo fazer dessas escolhas uma regra. Geralmente são os que não estão bem inteirados da língua e buscam soluções rápidas nos guias práticos de redação. Nada contra. O problema é julgar inquestionáveis as informações que esses manuais contêm, esquecendo-se de que eles estão, na maioria dos casos, sendo práticos – deixando para as gramáticas a explicação dos fundamentos da língua portuguesa.
                (...)
                Com informação, vocabulário e o auxilio da gramática, você tem plenas condições de escrever um bom texto. Mas, antes de se aventurar, considere quem vai ler o que você escreveu. A galera da faculdade, o pessoal da empresa ou a turma da balada? As linguagens são diferentes.
Afinal, a língua está viva, renovando-se sem parar, circulando em todos os lugares, em todos os momentos do seu dia. Estar antenado, ir no embalo, baixar um arquivo, clicar no ícone – mais que expressões – são maneiras de se inserir num grupo, de socializar-se
(Você S/A, jun. 2003.)

  1. A tese da dinamicidade da língua comprova-se pelo fato de que:

a)       As regras gramaticais podem transformar-se em exceções.
b)       A gramática permite que as regras se tornem opções.
c)       A língua se manisfesta em variados contextos e situações.
d)       Os manuais de redação são práticos para criar idéias.
e)       É possível buscar soluções praticas na hora de escrever.

A culpa é do dono?

                A reportagem “ Eles estão soltos” (17 de janeiro), sobre os cães da raça pit bull que passeiam livremente pelas praias cariocas, deixou leitores indignados com a defesa que seus criadores fazem de seus animais. Um deles dizia que os cães só se tornam agressivos quando algum movimento os assusta. Sandro Megale Pizzo, de são Carlos, retruca que é difícil saber quais de nossos movimentos “assustariam” um pit Bull. De Siegen, na Alemanha, a leitora Regina Castro Schaefer diz que pergunta a se mesma que tipo de gente pode ter como animal de estimação um cachorro que é capaz de matar e desfigurar pessoas.

Veja, Abril. 28/02/2001

  1. O que sugere o uso de aspas na palavra “assustariam”?

a)       Raiva
b)       Ironia
c)       Medo
d)       Insegurança
e)       Ignorância

Leite

Vocês que têm mais de 15 anos, se lembram quando a gente comprava leite em garrafa, na leiteria da esquina? (...) 
Mas vocês não se lembram de nada, pô! Vai ver nem sabem o que é vaca. Nem o que é leite. Estou falando isso porque agora mesmo peguei um pacote de leite − leite em pacote, imagina, Tereza! − na porta dos fundos e estava escrito que é pasterizado ou pasteurizado, sei lá, tem vitamina, é garantido pela embromatologia, foi enriquecido e o escambau.
Será que isso é mesmo leite? No dicionário diz que leite é outra coisa: "líquido branco, contendo água, proteína, açúcar e sais minerais". Um alimento pra ninguém botar defeito. O ser humano o usa há mais de 5.000 mil anos. É o único alimento só alimento. A carne serve pro animal andar, a fruta serve para fazer outra fruta, o ovo serve pra fazer outra galinha (...) O leite é só leite. Ou toma ou bota fora.
    Esse aqui examinando bem, é só pra botar fora. Tem chumbo, tem benzina, tem mais água do que leite, tem serragem, sou capaz de jurar que nem vaca tem por trás desse negócio.
Depois o pessoal ainda acha estranho que os meninos não gostem de leite.
 Mas, como não gostam? Não gostam como? Nunca tomaram! Múúúúúúú!

Millôr Fernandes. O Estado de São Paulo. 22/08/1999.

  1. Ao criar a palavra "embromatologia" (ℓ. 6), o autor pretendeu ser:
a)       Conciso
b)       Irônico
c)       Sério
d)       Formal
e)       Cordial
Você não entende nada
Quando eu chego em casa nada me consola
Você está sempre aflita
Com lágrimas nos olhos de cortar cebola
Você é tão bonita

Você traz a coca-cola
Eu tomo
Você bota a mesa
Eu como eu como eu como eu como eu como
Você
Não está entendendo
Quase nada do que eu digo
Eu quero ir-me embora
Eu quero é dar o fora
E quero que você venha comigo

Eu me sento
Eu fumo
Eu como
Eu não aguento
Você está tão curtida
Eu quero tocar fogo neste apartamento
Você não acredita
Traz meu café com suíta
Eu tomo
Bota a sobremesa
Eu como eu como eu como eu como eu como
Você
Tem que saber que eu quero correr mundo
Correr perigo
Eu quero é ir-me embora
Eu quero dar o fora
E quero que você venha comigo

Veloso, Caetano. Literatura Comentada: Você Não Entende Nada. 2 Ed. Nova cultura. 1998

  1. A repetição da expressão “eu quero”, em diversos verbos, tem por objetivo
a)       Fazer associação de sentido.
b)       Reforçar a expressão dos desejos.
c)       Detalhar sonhos e pretensões.
d)       Apresentar explicações novas.
e)       Refutar argumentos anteriores.


Texto I
Tio Pádua

Tio Pádua e tia Marina moravam em Brasília. Foram um dos primeiros. Mudaram-se para lá no final dos anos 50. Quando Dirani, a filha mais velha, fez dezoito anos, ele saiu pelo Brasil afora atrás de um primo pra casar com ela. Encontrou Jairo, que morava em Marília. Estão juntos e felizes até hoje. Jairo e Dirani casaram-se em 1961. Fico pensando se os casamentos arranjados não têm mais chances de dar certo do que os desarranjados.                                                                        


Texto II

O casamento e o amor na Idade Média
Nos séculos IX e X, as uniões matrimoniais eram constantemente combinadas sem o consentimento da mulher, que, na maioria das vezes, era muito jovem. Sua pouca idade era um dos motivos da falta de importância que os pais davam a sua opinião. Diziam que estavam conseguindo o melhor para ela. Essa total falta de importância dada à opinião da mulher resultava muitas vezes em raptos. Como o consentimento da mulher não era exigido, o raptor garantia o casamento e ela deveria permanecer ligada a ele, o que era bastante difícil, pois os homens não davam importância à fidelidade. Isso acontecia talvez principalmente pelo fato de a mulher não poder exigir nada do homem e de não haver uma conduta moral que proibisse tal at
Sobre o "casamento arranjado", o texto I e o texto II apresentam opiniões. Assinale o que é verdadeiro e o que é falso:
a)       Complementares
b)       Duvidosas
c)       Opostas
d)       Preconceituosas
e)       Semelhantes



Gabarito:
  1. A
  2. E
  3. B
  4. B
  5. C
  6. B
  7. C
  8. A
  9. A
  10. E
  11. C
  12. B
  13. B
  14. B
  15. C




Exercício de Compreensão e Interpretação de Textos RETRATO



Eu não tinha este rosto de hoje,
Assim calmo, assim triste, assim magro,
Nem estes olhos tão vazios,
Nem o lábio amargo.

Eu não tinha estas mãos sem força,
Tão paradas e frias e mortas;
Eu não tinha este coração
Que nem se mostra.

Eu não dei por esta mudança,
Tão simples, tão certa, tão fácil:
— Em que espelho ficou perdido
A minha face?
Cecília Meireles: poesia, por Darcy Damasceno.
 Rio de Janeiro: Agir, 1974. p. 19-20.

  1. O tema do texto é

a)  A consciência súbita sobre o envelhecimento.
b)  A decepção por encontrar-se já fragilizada.
c)  A falta de alternativa face ao envelhecimento.
d)  A recordação de uma época de juventude.
e)  A revolta diante do espelho.

Senhora

(Fragmento)

Aurélia passava agora as noites solitárias.
Raras vezes aparecia Fernando, que arranjava uma desculpa qualquer para justificar sua ausência. A menina que não pensava em interrogá-lo, também não contestava esses fúteis inventos. Ao contrário buscava afastar da conversa o tema desagradável.
Conhecia a moça que Seixas retirava-lhe seu amor; mas a altivez de coração não lhe consentia queixar-se. Além de que, ela tinha sobre o amor idéias singulares, talvez inspiradas pela posição especial em que se achara ao fazer-se moça.
Pensava ela que não tinha nenhum direito a ser amada por Seixas; e pois toda a afeição que lhe tivesse, muita ou pouca, era graça que dele recebia. Quando se lembrava que esse amor a poupara à degradação de um casamento deconveniência, nome com que se decora o mercado matrimonial, tinha impulsos de adorar a Seixas, como seu Deus e redentor.
Parecerá estranha essa paixão veemente, rica de heróica dedicação, que entretanto assiste calma, quase impassível, ao declínio do afeto com que lhe retribuía o homem amado, e se deixa abandonar, sem proferir um queixume, nem fazer um esforço para reter a ventura que foge.
Esse fenômeno devia ter uma razão psicológica, de cuja investigação nos abstemos; porque o coração, e ainda mais o da mulher que é toda ela, representa o caos do mundo moral. Ninguém sabe que maravilhas ou que monstros vão surgir esses limbos.
ALENCAR, José de. Capítulo VI. In: __. Senhora. São Paulo: FTD, 1993. p. 107-8.

  1. O narrador revela uma opinião no trecho

a)  “Aurélia passava agora as noites solitárias.”
b)  “...buscava afastar da conversa o tema desagradável.”
c)  “...tinha impulsos de adorar a Seixas, como seu Deus...” 
d) “...e se deixa abandonar, sem proferir um queixume,...” 
e) “Esse fenômeno devia ter uma razão psicológica,...”

A sombra do meio-dia

A Sombra do Meio-Dia é o belo título de um romance lançado recentemente, de autoria do diplomata Sérgio Danese. O livro trata da glória (efêmera) e da desgraça (duradoura) de um ghost-writer, ou redator-fantasma – aquele que escreve discursos para outros. A glória do ghost-writer de Danese adveio do dinheiro e da ascensão profissional e social que lhe proporcionaram os serviços prestados ao patrão – um ricaço feito senador e ministro, ilimitado nas ambições e limitado nos escrúpulos como soem ser as figuras de sua laia. A desgraça, da sufocação de seu talento literário, ou daquilo que gostaria que fosse talento literário, posto a serviço de outrem, e ainda mais um outrem como aquele. As exigências do patrão, aos poucos, tornam-se acachapantes. Não são apenas discursos que ele encomenda. É uma carta de amor a uma bela que deseja como amante. Ou um conto, com que acrescentar, às delícias do dinheiro e do poder, a glória literária. Nosso escritor de aluguel vai se exaurindo. É a própria personalidade que lhe vai sendo sugada pelo insaciável senhorio. Na forma de palavras, frases e parágrafos, é a alma que põe em continuada venda.
Roberto Pompeu de Toledo, Revista VEJA, ed.1843,
3 de março de 2004. Ensaio p. 110.

  1. O texto foi escrito com o objetivo de
a)       Conscientizar o leitor.
b)       Apresentar sumário de uma obra.
c)       Opinar sobre um livro.
d)       Dar informações sobre o autor.
e)       Narrar um fato científico.

Texto I
Carta
(Fragmento)

A terra não pertence ao homem; é o homem que pertence à terra. Disso temos certeza. Todas as coisas estão interligadas, como o sangue que une uma família. Tudo está relacionado entre si. O que fere a terra fere também os filhos da terra. Não foi o homem que teceu a trama da vida: ele é meramente um fio da mesma. Tudo que ele fizer à trama, a si próprio fará.
Carta do cacique Seattle ao presidente dos EUA em 1855.
Texto de domínio público distribuído pela ONU.

Texto II
Dicionário de Geografia
(Fragmento)

Segundo o geógrafo Milton Santos: “o espaço geográfico é a natureza modificada pelo homem através do seu trabalho”. E “o espaço se define como um conjunto de formas representativas de relações sociais do passado e do presente e por uma estrutura representada por relações sociais que estão acontecendo diante dos nossos olhos e que se manifestam através de processos e funções”.

GIOVANNETTI, G. Dicionário de Geografia. Melhoramentos, 1996.

  1. Os dois textos diferem, essencialmente, quanto

a)       À abordagem mais objetiva do texto I.
b)       Ao público a que se destina cada texto.
c)       Ao rigor científico presente no texto II.
d)       Ao sentimentalismo presente no texto I.
e)       Ao tema geral abordado por cada autor.

Quando a separação não é um trauma

A Socióloga Constance Ahrons, de Wisconsin, acompanhou por 20 anos um grupo de 173 filhos de divorciados. Ao atingir a idade adulta, o índice de problemas emocionais nesse grupo era equivalente ao dos filhos de pais casados. Mas Ahrons observou que eles "emergiam mais fortes e mais amadurecidos que a média, apesar ou talvez por causa dos divórcios e recasamentos de seus pais". (...) Outros trabalhos apontaram para conclusões semelhantes. Dave Riley, professor da universidade de Madison, dividiu os grupos de divorciados em dois: os que se tratavam civilizadamente e os que viviam em conflito. Os filhos dos primeiros iam bem na escola e eram tão saudáveis emocionalmente quanto os filhos de casais "estáveis". (...)
Uma família unida é o ideal para uma criança, mas é possível apontar pontos positivos para os filhos de separados. "Eles amadurecem mais cedo, o que de certa forma é bom, num mundo que nos empurra para uma eterna dependência.”
REVISTA ÉPOCA, 24/1/2005, p. 61-62. Fragmento.

  1. No texto, três pessoas posicionam-se em relação aos efeitos da separação dos pais sobre os filhos: uma socióloga, um professor e o próprio autor. Depreende-se do texto que

a)        A opinião da socióloga é discordante das outras duas.
b)       A opinião do professor é discordante das outras duas.
c)       As três opiniões são concordantes entre si.
d)       O autor discorda apenas da opinião da socióloga.
e)       O autor discorda apenas da opinião do professor.

Luz sob a porta

— E sabem que que o cara fez? Imaginem só: me deu a maior cantada!  Lá, gente, na porta de minha casa! Não é ousadia demais?
— E você?
— Eu? Dei telogo e bença pra ele; engraçadinho, quem ele pensou que eu era?
— Que eu fosse.
— Quem tá de copo vazio aí?
— Vê se baixa um pouco essa eletrola, quer pôr a gente surdo?
(VILELA, Luiz. Tarde da noite. São Paulo: Ática, 1998. p. 62.)

  1. O padrão de linguagem usado no texto sugere que se trata de um falante

a)       Escrupuloso em ambiente de trabalho.
b)       Ajustado às situações informais.
c)       Rigoroso na precisão vocabular.
d)       Exato quanto à pronúncia das palavras.
e)       Contrário ao uso de expressões populares.


A Formiga e a Cigarra

Era uma vez uma formiguinha e uma cigarra muito amigas. Durante todo o outono, a formiguinha trabalhou sem parar, armazenando comida para o período de inverno. Não aproveitou nada do Sol, da brisa suave do fim da tarde nem do bate-papo com os amigos ao final do expediente de trabalho, tomando uma cervejinha. Seu nome era
“trabalho” e seu sobrenome, “sempre”.
Enquanto isso, a cigarra só queria saber de cantar nas rodas de amigos e nos bares da cidade; não desperdiçou um minuto sequer, cantou durante todo o outono, dançou, aproveitou o Sol, curtiu para valer, sem se preocupar com o inverno que estava por vir.
Então, passados alguns dias, começou a esfriar. Era o inverno que estava começando.
A formiguinha, exausta, entrou em sua singela e aconchegante toca repleta de comida.
Mas alguém chamava por seu nome do lado de fora da toca. Quando abriu a porta para ver quem era, ficou surpresa com o que viu: sua amiga cigarra, dentro de uma Ferrari, com um aconchegante casaco de visom. E a cigarra falou para a formiguinha:
– Olá, amiga, vou passar o inverno em Paris. Será que você poderia cuidar da minha toca?
– Claro, sem problema! Mas o que lhe aconteceu? Como você conseguiu grana pra ir a
Paris e comprar essa Ferrari?
– Imagine você que eu estava cantando em um bar, na semana passada, e um produtor gostou da minha voz. Fechei um contrato de seis meses para fazer shows em Paris... A propósito, a amiga deseja algo de lá?
– Desejo, sim. Se você encontrar um tal de La Fontaine por lá, manda ele pro DIABO
QUE O CARREGUE!
MORAL DA HISTÓRIA: “Aproveite sua vida, saiba dosar trabalho e lazer, pois trabalho em demasia só traz benefício em fábulas do La Fontaine”.
Fábula de La Fontaine reelaborada.
http://www.geocities.com/soho/Atrium/8069/Fabulas/fabula2.html - com adaptações

  1. Em relação ao texto original da fábula, percebe-se ironia no fato de

a)       A cigarra deixar de trabalhar para aproveitar o Sol.
b)       A formiga trabalhar e possuir uma toca.
c)       A cigarra, sem trabalhar, surgir de Ferrari e casaco de visom.
d)       A cigarra não trabalhar e cantar durante todo o outono.
e)       A formiga possuir o nome “trabalho” e o sobrenome “sempre”.


O Islã não é só árabe
Religião abrange diversas etnias em todo mundo

Boa parte da população ocidental acredita que o mundo islâmico é aquela porção de países do Oriente Médio que têm como idioma oficial o árabe. Por isso, são indevidamente considerados árabes alguns países de maioria islâmica, mas que têm outros idiomas, como Turquia (línguas turca e curda), Irã (persa), Afeganistão
(pashtu e dari) e Paquistão (urdu e punjabi).
Existem atualmente cerca de 1,3 bilhão de muçulmanos no mundo, como são denominados os adeptos do islamismo. A maioria vive na Ásia, onde essa religião nasceu e ganhou o mundo há cerca de 1.400 anos. Da Ásia, os muçulmanos passaram para o norte da África - onde foram chamados de mouros - e parte da Europa. Integraram-se com africanos, europeus das penínsulas ibérica e itálica e outros povos. Hoje eles estão presentes também entre europeus, norte-americanos e até brasileiros.
O islamismo cresceu em número de adeptos muito mais fora do mundo árabe do que no local em que a religião nasceu. Basta fazer uma comparação: os países islâmicos mais populosos, como a Indonésia (com “apenas” 228 milhões de habitantes), o Paquistão (145 milhões), Bangladesh (131 milhões) e Nigéria (127 milhões) têm contingentes humanos muito maiores que o Egito (70 milhões), país de maior população entre os árabes, seguido de longe pelo Sudão (36 milhões). Até a Índia, majoritariamente hindu, tem aproximadamente 100 milhões de muçulmanos.

Revista GALILEU. p. 42. Novembro de 2001.

  1. Assinale verdadeira ou falsa o que diz respeito ao uso das aspas no termo apenas:

a)       Irônico.
b)       Crítico.
c)       Metafórico.
d)       Coloquial.
e)       Técnico

O bicho

Vi ontem um bicho
Na imundice do pátio
Catando comida entre os detritos.

Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.

O bicho não era um cão,
Não era um gato.
Não era um rato.

O bicho, meu Deus, era um homem.

BANDEIRA, Manuel. Poesias reunidas.
Rio de Janeiro: Ática, 1985.

9.       O que motivou o bicho a catar restos foi:

a)       A própria fome.
b)       A imundice do pátio.
c)       O cheiro da comida.
d)       A amizade pelo cão.

Não se perca na rede

                A internet é o maior arquivo público do mundo. De futebol a física nuclear, de cinema a biologia, de religião a sexo, sempre há centenas de sites sobre qualquer assunto. Mas essa avalanche de informações pode atrapalhar. Como chegar ao que se quer sem perder tempo? É para isso que foram criados os sistemas de busca. Porta de entrada na rede para boa parte dos usuários, eles são um filão tão bom que já existem às centenas também. Qual deles escolher? Depende do seu objetivo de busca.
                Há vários tipos. Alguns são genéricos, feitos para uso no mundo todo (Google, Por exemplo). Use esse site para pesquisar temas universais. Outros são nacionais ou estrangeiros com versões especificas para o Brasil (Cadê, Yahoo e Altavista). São ideais para achar paginas “com.br”.

Paulo D’Amaro

  1. O artigo foi escrito por Paulo D’Amaro. Ele misturou informações e análises do fato.
O período que apresenta uma opinião do autor é:

a)       “foram criados sistemas de busca.”
b)       “essa avalanche de informações pode atrapalhar.”
c)       “sempre há centenas de sites sobre qualquer assunto.”
d)       “A internet é o maior arquivo público do mundo.”
e)       “Há vários tipos.”


QUINO. Mafalda inédita. São Paulo: Martins Fontes, 1993, p. 42.

  1. A respeito da tirinha da Malfada, é correto afirmar que ela:

a)       Gosta do Natal pelo mesmo motivo de sua amiga.
b)       Pensa em resposta à pergunta da amiga.
c)       Concorda com a forma de pensar de sua amiga.
d)       E a amiga têm as mesmas opiniões.
e)       Percebe que a amiga não compreendeu sua fala.

A língua está viva

Ivana Traversim

                Na gramática, como muitos sabem e outros nem tanto, existe a exceção da exceção. Isso não quer dizer que vale tudo na hora de falar ou escrever. Há normas sobre as quais não podemos passar, mas existem também as preferências de determinado autor – regras que não são regras, apenas opções. De vez em quando aparece alguém querendo fazer dessas escolhas uma regra. Geralmente são os que não estão bem inteirados da língua e buscam soluções rápidas nos guias práticos de redação. Nada contra. O problema é julgar inquestionáveis as informações que esses manuais contêm, esquecendo-se de que eles estão, na maioria dos casos, sendo práticos – deixando para as gramáticas a explicação dos fundamentos da língua portuguesa.
                (...)
                Com informação, vocabulário e o auxilio da gramática, você tem plenas condições de escrever um bom texto. Mas, antes de se aventurar, considere quem vai ler o que você escreveu. A galera da faculdade, o pessoal da empresa ou a turma da balada? As linguagens são diferentes.
Afinal, a língua está viva, renovando-se sem parar, circulando em todos os lugares, em todos os momentos do seu dia. Estar antenado, ir no embalo, baixar um arquivo, clicar no ícone – mais que expressões – são maneiras de se inserir num grupo, de socializar-se
(Você S/A, jun. 2003.)

  1. A tese da dinamicidade da língua comprova-se pelo fato de que:

a)       As regras gramaticais podem transformar-se em exceções.
b)       A gramática permite que as regras se tornem opções.
c)       A língua se manisfesta em variados contextos e situações.
d)       Os manuais de redação são práticos para criar idéias.
e)       É possível buscar soluções praticas na hora de escrever.

A culpa é do dono?

                A reportagem “ Eles estão soltos” (17 de janeiro), sobre os cães da raça pit bull que passeiam livremente pelas praias cariocas, deixou leitores indignados com a defesa que seus criadores fazem de seus animais. Um deles dizia que os cães só se tornam agressivos quando algum movimento os assusta. Sandro Megale Pizzo, de são Carlos, retruca que é difícil saber quais de nossos movimentos “assustariam” um pit Bull. De Siegen, na Alemanha, a leitora Regina Castro Schaefer diz que pergunta a se mesma que tipo de gente pode ter como animal de estimação um cachorro que é capaz de matar e desfigurar pessoas.

Veja, Abril. 28/02/2001

  1. O que sugere o uso de aspas na palavra “assustariam”?

a)       Raiva
b)       Ironia
c)       Medo
d)       Insegurança
e)       Ignorância

Leite

Vocês que têm mais de 15 anos, se lembram quando a gente comprava leite em garrafa, na leiteria da esquina? (...) 
Mas vocês não se lembram de nada, pô! Vai ver nem sabem o que é vaca. Nem o que é leite. Estou falando isso porque agora mesmo peguei um pacote de leite − leite em pacote, imagina, Tereza! − na porta dos fundos e estava escrito que é pasterizado ou pasteurizado, sei lá, tem vitamina, é garantido pela embromatologia, foi enriquecido e o escambau.
Será que isso é mesmo leite? No dicionário diz que leite é outra coisa: "líquido branco, contendo água, proteína, açúcar e sais minerais". Um alimento pra ninguém botar defeito. O ser humano o usa há mais de 5.000 mil anos. É o único alimento só alimento. A carne serve pro animal andar, a fruta serve para fazer outra fruta, o ovo serve pra fazer outra galinha (...) O leite é só leite. Ou toma ou bota fora.
    Esse aqui examinando bem, é só pra botar fora. Tem chumbo, tem benzina, tem mais água do que leite, tem serragem, sou capaz de jurar que nem vaca tem por trás desse negócio.
Depois o pessoal ainda acha estranho que os meninos não gostem de leite.
 Mas, como não gostam? Não gostam como? Nunca tomaram! Múúúúúúú!

Millôr Fernandes. O Estado de São Paulo. 22/08/1999.

  1. Ao criar a palavra "embromatologia" (ℓ. 6), o autor pretendeu ser:
a)       Conciso
b)       Irônico
c)       Sério
d)       Formal
e)       Cordial
Você não entende nada
Quando eu chego em casa nada me consola
Você está sempre aflita
Com lágrimas nos olhos de cortar cebola
Você é tão bonita

Você traz a coca-cola
Eu tomo
Você bota a mesa
Eu como eu como eu como eu como eu como
Você
Não está entendendo
Quase nada do que eu digo
Eu quero ir-me embora
Eu quero é dar o fora
E quero que você venha comigo

Eu me sento
Eu fumo
Eu como
Eu não aguento
Você está tão curtida
Eu quero tocar fogo neste apartamento
Você não acredita
Traz meu café com suíta
Eu tomo
Bota a sobremesa
Eu como eu como eu como eu como eu como
Você
Tem que saber que eu quero correr mundo
Correr perigo
Eu quero é ir-me embora
Eu quero dar o fora
E quero que você venha comigo

Veloso, Caetano. Literatura Comentada: Você Não Entende Nada. 2 Ed. Nova cultura. 1998

  1. A repetição da expressão “eu quero”, em diversos verbos, tem por objetivo
a)       Fazer associação de sentido.
b)       Reforçar a expressão dos desejos.
c)       Detalhar sonhos e pretensões.
d)       Apresentar explicações novas.
e)       Refutar argumentos anteriores.


Texto I
Tio Pádua

Tio Pádua e tia Marina moravam em Brasília. Foram um dos primeiros. Mudaram-se para lá no final dos anos 50. Quando Dirani, a filha mais velha, fez dezoito anos, ele saiu pelo Brasil afora atrás de um primo pra casar com ela. Encontrou Jairo, que morava em Marília. Estão juntos e felizes até hoje. Jairo e Dirani casaram-se em 1961. Fico pensando se os casamentos arranjados não têm mais chances de dar certo do que os desarranjados.                                                                        


Texto II

O casamento e o amor na Idade Média
Nos séculos IX e X, as uniões matrimoniais eram constantemente combinadas sem o consentimento da mulher, que, na maioria das vezes, era muito jovem. Sua pouca idade era um dos motivos da falta de importância que os pais davam a sua opinião. Diziam que estavam conseguindo o melhor para ela. Essa total falta de importância dada à opinião da mulher resultava muitas vezes em raptos. Como o consentimento da mulher não era exigido, o raptor garantia o casamento e ela deveria permanecer ligada a ele, o que era bastante difícil, pois os homens não davam importância à fidelidade. Isso acontecia talvez principalmente pelo fato de a mulher não poder exigir nada do homem e de não haver uma conduta moral que proibisse tal ato.
  1. Sobre o "casamento arranjado", o texto I e o texto II apresentam opiniões. Assinale o que é verdadeiro e o que é falso:
a)       Complementares
b)       Duvidosas
c)       Opostas
d)       Preconceituosas
e)       Semelhantes



Gabarito:

  1. A
  2. E
  3. B
  4. B
  5. C
  6. B
  7. C
  8. A
  9. A
  10. B
  11. E
  12. C
  13. B
  14. B
  15. B
  16. C

Atividaes

Exercício de Compreensão e Interpretação de Textos
RETRATO

Eu não tinha este rosto de hoje,
Assim calmo, assim triste, assim magro,
Nem estes olhos tão vazios,
Nem o lábio amargo.

Eu não tinha estas mãos sem força,
Tão paradas e frias e mortas;
Eu não tinha este coração
Que nem se mostra.

Eu não dei por esta mudança,
Tão simples, tão certa, tão fácil:
— Em que espelho ficou perdido
A minha face?
Cecília Meireles: poesia, por Darcy Damasceno.
 Rio de Janeiro: Agir, 1974. p. 19-20.

  1. O tema do texto é

a)  A consciência súbita sobre o envelhecimento.
b)  A decepção por encontrar-se já fragilizada.
c)  A falta de alternativa face ao envelhecimento.
d)  A recordação de uma época de juventude.
e)  A revolta diante do espelho.

Senhora

(Fragmento)

Aurélia passava agora as noites solitárias.
Raras vezes aparecia Fernando, que arranjava uma desculpa qualquer para justificar sua ausência. A menina que não pensava em interrogá-lo, também não contestava esses fúteis inventos. Ao contrário buscava afastar da conversa o tema desagradável.
Conhecia a moça que Seixas retirava-lhe seu amor; mas a altivez de coração não lhe consentia queixar-se. Além de que, ela tinha sobre o amor idéias singulares, talvez inspiradas pela posição especial em que se achara ao fazer-se moça.
Pensava ela que não tinha nenhum direito a ser amada por Seixas; e pois toda a afeição que lhe tivesse, muita ou pouca, era graça que dele recebia. Quando se lembrava que esse amor a poupara à degradação de um casamento deconveniência, nome com que se decora o mercado matrimonial, tinha impulsos de adorar a Seixas, como seu Deus e redentor.
Parecerá estranha essa paixão veemente, rica de heróica dedicação, que entretanto assiste calma, quase impassível, ao declínio do afeto com que lhe retribuía o homem amado, e se deixa abandonar, sem proferir um queixume, nem fazer um esforço para reter a ventura que foge.
Esse fenômeno devia ter uma razão psicológica, de cuja investigação nos abstemos; porque o coração, e ainda mais o da mulher que é toda ela, representa o caos do mundo moral. Ninguém sabe que maravilhas ou que monstros vão surgir esses limbos.
ALENCAR, José de. Capítulo VI. In: __. Senhora. São Paulo: FTD, 1993. p. 107-8.

  1. O narrador revela uma opinião no trecho

a)  “Aurélia passava agora as noites solitárias.”
b)  “...buscava afastar da conversa o tema desagradável.”
c)  “...tinha impulsos de adorar a Seixas, como seu Deus...” 
d) “...e se deixa abandonar, sem proferir um queixume,...” 
e) “Esse fenômeno devia ter uma razão psicológica,...”

A sombra do meio-dia

A Sombra do Meio-Dia é o belo título de um romance lançado recentemente, de autoria do diplomata Sérgio Danese. O livro trata da glória (efêmera) e da desgraça (duradoura) de um ghost-writer, ou redator-fantasma – aquele que escreve discursos para outros. A glória do ghost-writer de Danese adveio do dinheiro e da ascensão profissional e social que lhe proporcionaram os serviços prestados ao patrão – um ricaço feito senador e ministro, ilimitado nas ambições e limitado nos escrúpulos como soem ser as figuras de sua laia. A desgraça, da sufocação de seu talento literário, ou daquilo que gostaria que fosse talento literário, posto a serviço de outrem, e ainda mais um outrem como aquele. As exigências do patrão, aos poucos, tornam-se acachapantes. Não são apenas discursos que ele encomenda. É uma carta de amor a uma bela que deseja como amante. Ou um conto, com que acrescentar, às delícias do dinheiro e do poder, a glória literária. Nosso escritor de aluguel vai se exaurindo. É a própria personalidade que lhe vai sendo sugada pelo insaciável senhorio. Na forma de palavras, frases e parágrafos, é a alma que põe em continuada venda.
Roberto Pompeu de Toledo, Revista VEJA, ed.1843,
3 de março de 2004. Ensaio p. 110.

  1. O texto foi escrito com o objetivo de
a)       Conscientizar o leitor.
b)       Apresentar sumário de uma obra.
c)       Opinar sobre um livro.
d)       Dar informações sobre o autor.
e)       Narrar um fato científico.

Texto I
Carta
(Fragmento)

A terra não pertence ao homem; é o homem que pertence à terra. Disso temos certeza. Todas as coisas estão interligadas, como o sangue que une uma família. Tudo está relacionado entre si. O que fere a terra fere também os filhos da terra. Não foi o homem que teceu a trama da vida: ele é meramente um fio da mesma. Tudo que ele fizer à trama, a si próprio fará.
Carta do cacique Seattle ao presidente dos EUA em 1855.
Texto de domínio público distribuído pela ONU.

Texto II
Dicionário de Geografia
(Fragmento)

Segundo o geógrafo Milton Santos: “o espaço geográfico é a natureza modificada pelo homem através do seu trabalho”. E “o espaço se define como um conjunto de formas representativas de relações sociais do passado e do presente e por uma estrutura representada por relações sociais que estão acontecendo diante dos nossos olhos e que se manifestam através de processos e funções”.

GIOVANNETTI, G. Dicionário de Geografia. Melhoramentos, 1996.

  1. Os dois textos diferem, essencialmente, quanto

a)       À abordagem mais objetiva do texto I.
b)       Ao público a que se destina cada texto.
c)       Ao rigor científico presente no texto II.
d)       Ao sentimentalismo presente no texto I.
e)       Ao tema geral abordado por cada autor.

Quando a separação não é um trauma

A Socióloga Constance Ahrons, de Wisconsin, acompanhou por 20 anos um grupo de 173 filhos de divorciados. Ao atingir a idade adulta, o índice de problemas emocionais nesse grupo era equivalente ao dos filhos de pais casados. Mas Ahrons observou que eles "emergiam mais fortes e mais amadurecidos que a média, apesar ou talvez por causa dos divórcios e recasamentos de seus pais". (...) Outros trabalhos apontaram para conclusões semelhantes. Dave Riley, professor da universidade de Madison, dividiu os grupos de divorciados em dois: os que se tratavam civilizadamente e os que viviam em conflito. Os filhos dos primeiros iam bem na escola e eram tão saudáveis emocionalmente quanto os filhos de casais "estáveis". (...)
Uma família unida é o ideal para uma criança, mas é possível apontar pontos positivos para os filhos de separados. "Eles amadurecem mais cedo, o que de certa forma é bom, num mundo que nos empurra para uma eterna dependência.”
REVISTA ÉPOCA, 24/1/2005, p. 61-62. Fragmento.

  1. No texto, três pessoas posicionam-se em relação aos efeitos da separação dos pais sobre os filhos: uma socióloga, um professor e o próprio autor. Depreende-se do texto que

a)        A opinião da socióloga é discordante das outras duas.
b)       A opinião do professor é discordante das outras duas.
c)       As três opiniões são concordantes entre si.
d)       O autor discorda apenas da opinião da socióloga.
e)       O autor discorda apenas da opinião do professor.

Luz sob a porta

— E sabem que que o cara fez? Imaginem só: me deu a maior cantada!  Lá, gente, na porta de minha casa! Não é ousadia demais?
— E você?
— Eu? Dei telogo e bença pra ele; engraçadinho, quem ele pensou que eu era?
— Que eu fosse.
— Quem tá de copo vazio aí?
— Vê se baixa um pouco essa eletrola, quer pôr a gente surdo?
(VILELA, Luiz. Tarde da noite. São Paulo: Ática, 1998. p. 62.)

  1. O padrão de linguagem usado no texto sugere que se trata de um falante

a)       Escrupuloso em ambiente de trabalho.
b)       Ajustado às situações informais.
c)       Rigoroso na precisão vocabular.
d)       Exato quanto à pronúncia das palavras.
e)       Contrário ao uso de expressões populares.


A Formiga e a Cigarra

Era uma vez uma formiguinha e uma cigarra muito amigas. Durante todo o outono, a formiguinha trabalhou sem parar, armazenando comida para o período de inverno. Não aproveitou nada do Sol, da brisa suave do fim da tarde nem do bate-papo com os amigos ao final do expediente de trabalho, tomando uma cervejinha. Seu nome era
“trabalho” e seu sobrenome, “sempre”.
Enquanto isso, a cigarra só queria saber de cantar nas rodas de amigos e nos bares da cidade; não desperdiçou um minuto sequer, cantou durante todo o outono, dançou, aproveitou o Sol, curtiu para valer, sem se preocupar com o inverno que estava por vir.
Então, passados alguns dias, começou a esfriar. Era o inverno que estava começando.
A formiguinha, exausta, entrou em sua singela e aconchegante toca repleta de comida.
Mas alguém chamava por seu nome do lado de fora da toca. Quando abriu a porta para ver quem era, ficou surpresa com o que viu: sua amiga cigarra, dentro de uma Ferrari, com um aconchegante casaco de visom. E a cigarra falou para a formiguinha:
– Olá, amiga, vou passar o inverno em Paris. Será que você poderia cuidar da minha toca?
– Claro, sem problema! Mas o que lhe aconteceu? Como você conseguiu grana pra ir a
Paris e comprar essa Ferrari?
– Imagine você que eu estava cantando em um bar, na semana passada, e um produtor gostou da minha voz. Fechei um contrato de seis meses para fazer shows em Paris... A propósito, a amiga deseja algo de lá?
– Desejo, sim. Se você encontrar um tal de La Fontaine por lá, manda ele pro DIABO
QUE O CARREGUE!
MORAL DA HISTÓRIA: “Aproveite sua vida, saiba dosar trabalho e lazer, pois trabalho em demasia só traz benefício em fábulas do La Fontaine”.
Fábula de La Fontaine reelaborada.
http://www.geocities.com/soho/Atrium/8069/Fabulas/fabula2.html - com adaptações

  1. Em relação ao texto original da fábula, percebe-se ironia no fato de

a)       A cigarra deixar de trabalhar para aproveitar o Sol.
b)       A formiga trabalhar e possuir uma toca.
c)       A cigarra, sem trabalhar, surgir de Ferrari e casaco de visom.
d)       A cigarra não trabalhar e cantar durante todo o outono.
e)       A formiga possuir o nome “trabalho” e o sobrenome “sempre”.


O Islã não é só árabe
Religião abrange diversas etnias em todo mundo

Boa parte da população ocidental acredita que o mundo islâmico é aquela porção de países do Oriente Médio que têm como idioma oficial o árabe. Por isso, são indevidamente considerados árabes alguns países de maioria islâmica, mas que têm outros idiomas, como Turquia (línguas turca e curda), Irã (persa), Afeganistão
(pashtu e dari) e Paquistão (urdu e punjabi).
Existem atualmente cerca de 1,3 bilhão de muçulmanos no mundo, como são denominados os adeptos do islamismo. A maioria vive na Ásia, onde essa religião nasceu e ganhou o mundo há cerca de 1.400 anos. Da Ásia, os muçulmanos passaram para o norte da África - onde foram chamados de mouros - e parte da Europa. Integraram-se com africanos, europeus das penínsulas ibérica e itálica e outros povos. Hoje eles estão presentes também entre europeus, norte-americanos e até brasileiros.
O islamismo cresceu em número de adeptos muito mais fora do mundo árabe do que no local em que a religião nasceu. Basta fazer uma comparação: os países islâmicos mais populosos, como a Indonésia (com “apenas” 228 milhões de habitantes), o Paquistão (145 milhões), Bangladesh (131 milhões) e Nigéria (127 milhões) têm contingentes humanos muito maiores que o Egito (70 milhões), país de maior população entre os árabes, seguido de longe pelo Sudão (36 milhões). Até a Índia, majoritariamente hindu, tem aproximadamente 100 milhões de muçulmanos.

Revista GALILEU. p. 42. Novembro de 2001.

  1. Assinale verdadeira ou falsa o que diz respeito ao uso das aspas no termo apenas:

a)       Irônico.
b)       Crítico.
c)       Metafórico.
d)       Coloquial.
e)       Técnico

O bicho

Vi ontem um bicho
Na imundice do pátio
Catando comida entre os detritos.

Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.

O bicho não era um cão,
Não era um gato.
Não era um rato.

O bicho, meu Deus, era um homem.

BANDEIRA, Manuel. Poesias reunidas.
Rio de Janeiro: Ática, 1985.

9.       O que motivou o bicho a catar restos foi:

a)       A própria fome.
b)       A imundice do pátio.
c)       O cheiro da comida.
d)       A amizade pelo cão.

Não se perca na rede

                A internet é o maior arquivo público do mundo. De futebol a física nuclear, de cinema a biologia, de religião a sexo, sempre há centenas de sites sobre qualquer assunto. Mas essa avalanche de informações pode atrapalhar. Como chegar ao que se quer sem perder tempo? É para isso que foram criados os sistemas de busca. Porta de entrada na rede para boa parte dos usuários, eles são um filão tão bom que já existem às centenas também. Qual deles escolher? Depende do seu objetivo de busca.
                Há vários tipos. Alguns são genéricos, feitos para uso no mundo todo (Google, Por exemplo). Use esse site para pesquisar temas universais. Outros são nacionais ou estrangeiros com versões especificas para o Brasil (Cadê, Yahoo e Altavista). São ideais para achar paginas “com.br”.

Paulo D’Amaro

  1. O artigo foi escrito por Paulo D’Amaro. Ele misturou informações e análises do fato.
O período que apresenta uma opinião do autor é:

a)       “foram criados sistemas de busca.”
b)       “essa avalanche de informações pode atrapalhar.”
c)       “sempre há centenas de sites sobre qualquer assunto.”
d)       “A internet é o maior arquivo público do mundo.”
e)       “Há vários tipos.”


QUINO. Mafalda inédita. São Paulo: Martins Fontes, 1993, p. 42.

  1. A respeito da tirinha da Malfada, é correto afirmar que ela:

a)       Gosta do Natal pelo mesmo motivo de sua amiga.
b)       Pensa em resposta à pergunta da amiga.
c)       Concorda com a forma de pensar de sua amiga.
d)       E a amiga têm as mesmas opiniões.
e)       Percebe que a amiga não compreendeu sua fala.

A língua está viva

Ivana Traversim

                Na gramática, como muitos sabem e outros nem tanto, existe a exceção da exceção. Isso não quer dizer que vale tudo na hora de falar ou escrever. Há normas sobre as quais não podemos passar, mas existem também as preferências de determinado autor – regras que não são regras, apenas opções. De vez em quando aparece alguém querendo fazer dessas escolhas uma regra. Geralmente são os que não estão bem inteirados da língua e buscam soluções rápidas nos guias práticos de redação. Nada contra. O problema é julgar inquestionáveis as informações que esses manuais contêm, esquecendo-se de que eles estão, na maioria dos casos, sendo práticos – deixando para as gramáticas a explicação dos fundamentos da língua portuguesa.
                (...)
                Com informação, vocabulário e o auxilio da gramática, você tem plenas condições de escrever um bom texto. Mas, antes de se aventurar, considere quem vai ler o que você escreveu. A galera da faculdade, o pessoal da empresa ou a turma da balada? As linguagens são diferentes.
Afinal, a língua está viva, renovando-se sem parar, circulando em todos os lugares, em todos os momentos do seu dia. Estar antenado, ir no embalo, baixar um arquivo, clicar no ícone – mais que expressões – são maneiras de se inserir num grupo, de socializar-se
(Você S/A, jun. 2003.)

  1. A tese da dinamicidade da língua comprova-se pelo fato de que:

a)       As regras gramaticais podem transformar-se em exceções.
b)       A gramática permite que as regras se tornem opções.
c)       A língua se manisfesta em variados contextos e situações.
d)       Os manuais de redação são práticos para criar idéias.
e)       É possível buscar soluções praticas na hora de escrever.

A culpa é do dono?

                A reportagem “ Eles estão soltos” (17 de janeiro), sobre os cães da raça pit bull que passeiam livremente pelas praias cariocas, deixou leitores indignados com a defesa que seus criadores fazem de seus animais. Um deles dizia que os cães só se tornam agressivos quando algum movimento os assusta. Sandro Megale Pizzo, de são Carlos, retruca que é difícil saber quais de nossos movimentos “assustariam” um pit Bull. De Siegen, na Alemanha, a leitora Regina Castro Schaefer diz que pergunta a se mesma que tipo de gente pode ter como animal de estimação um cachorro que é capaz de matar e desfigurar pessoas.

Veja, Abril. 28/02/2001

  1. O que sugere o uso de aspas na palavra “assustariam”?

a)       Raiva
b)       Ironia
c)       Medo
d)       Insegurança
e)       Ignorância

Leite

Vocês que têm mais de 15 anos, se lembram quando a gente comprava leite em garrafa, na leiteria da esquina? (...) 
Mas vocês não se lembram de nada, pô! Vai ver nem sabem o que é vaca. Nem o que é leite. Estou falando isso porque agora mesmo peguei um pacote de leite − leite em pacote, imagina, Tereza! − na porta dos fundos e estava escrito que é pasterizado ou pasteurizado, sei lá, tem vitamina, é garantido pela embromatologia, foi enriquecido e o escambau.
Será que isso é mesmo leite? No dicionário diz que leite é outra coisa: "líquido branco, contendo água, proteína, açúcar e sais minerais". Um alimento pra ninguém botar defeito. O ser humano o usa há mais de 5.000 mil anos. É o único alimento só alimento. A carne serve pro animal andar, a fruta serve para fazer outra fruta, o ovo serve pra fazer outra galinha (...) O leite é só leite. Ou toma ou bota fora.
    Esse aqui examinando bem, é só pra botar fora. Tem chumbo, tem benzina, tem mais água do que leite, tem serragem, sou capaz de jurar que nem vaca tem por trás desse negócio.
Depois o pessoal ainda acha estranho que os meninos não gostem de leite.
 Mas, como não gostam? Não gostam como? Nunca tomaram! Múúúúúúú!

Millôr Fernandes. O Estado de São Paulo. 22/08/1999.

  1. Ao criar a palavra "embromatologia" (ℓ. 6), o autor pretendeu ser:
a)       Conciso
b)       Irônico
c)       Sério
d)       Formal
e)       Cordial
Você não entende nada
Quando eu chego em casa nada me consola
Você está sempre aflita
Com lágrimas nos olhos de cortar cebola
Você é tão bonita

Você traz a coca-cola
Eu tomo
Você bota a mesa
Eu como eu como eu como eu como eu como
Você
Não está entendendo
Quase nada do que eu digo
Eu quero ir-me embora
Eu quero é dar o fora
E quero que você venha comigo

Eu me sento
Eu fumo
Eu como
Eu não aguento
Você está tão curtida
Eu quero tocar fogo neste apartamento
Você não acredita
Traz meu café com suíta
Eu tomo
Bota a sobremesa
Eu como eu como eu como eu como eu como
Você
Tem que saber que eu quero correr mundo
Correr perigo
Eu quero é ir-me embora
Eu quero dar o fora
E quero que você venha comigo

Veloso, Caetano. Literatura Comentada: Você Não Entende Nada. 2 Ed. Nova cultura. 1998

  1. A repetição da expressão “eu quero”, em diversos verbos, tem por objetivo
a)       Fazer associação de sentido.
b)       Reforçar a expressão dos desejos.
c)       Detalhar sonhos e pretensões.
d)       Apresentar explicações novas.
e)       Refutar argumentos anteriores.


Texto I
Tio Pádua

Tio Pádua e tia Marina moravam em Brasília. Foram um dos primeiros. Mudaram-se para lá no final dos anos 50. Quando Dirani, a filha mais velha, fez dezoito anos, ele saiu pelo Brasil afora atrás de um primo pra casar com ela. Encontrou Jairo, que morava em Marília. Estão juntos e felizes até hoje. Jairo e Dirani casaram-se em 1961. Fico pensando se os casamentos arranjados não têm mais chances de dar certo do que os desarranjados.                                                                        


Texto II

O casamento e o amor na Idade Média
Nos séculos IX e X, as uniões matrimoniais eram constantemente combinadas sem o consentimento da mulher, que, na maioria das vezes, era muito jovem. Sua pouca idade era um dos motivos da falta de importância que os pais davam a sua opinião. Diziam que estavam conseguindo o melhor para ela. Essa total falta de importância dada à opinião da mulher resultava muitas vezes em raptos. Como o consentimento da mulher não era exigido, o raptor garantia o casamento e ela deveria permanecer ligada a ele, o que era bastante difícil, pois os homens não davam importância à fidelidade. Isso acontecia talvez principalmente pelo fato de a mulher não poder exigir nada do homem e de não haver uma conduta moral que proibisse tal ato.
  1. Sobre o "casamento arranjado", o texto I e o texto II apresentam opiniões. Assinale o que é verdadeiro e o que é falso:
a)       Complementares
b)       Duvidosas
c)       Opostas
d)       Preconceituosas
e)       Semelhantes



Gabarito:

  1. A
  2. E
  3. B
  4. B
  5. C
  6. B
  7. C
  8. A
  9. A
  10. B
  11. E
  12. C
  13. B
  14. B
  15. B
  16. C