quinta-feira, 22 de agosto de 2013



















    







    







    







    







    







    







    







    





























    



        
           

atividades de interpretação e produção de texto 5º ano


interpretação de texto
O CONSELHEIRO
     Contam que um certo lavrador possuía um burro que o repouso engordara e um boi que o trabalho abatera.
     Um dia, o boi queixou-se ao burro e perguntou-lhe :”Não terás, ó irmão, algum conselho que me salve desta dura labuta?” O burro respondeu: “ Finge-te de doente e não comas tua ração. Vendo-te assim, nosso amo não te levará para lavrar o campo e tu descansará”.
     Dizem que o lavrador entendia a linguagem dos animais, e compreendeu o diálogo entre o burro e o boi.
     Na manhã seguinte, viu que o boi não comera a sua ração: deixou-o e levou o burro em seu lugar. O burro foi obrigado a puxar o arado o dia todo, e quase morreu de cansaço. E lamentou o conselho que dera ao boi.
     Quando voltou à noite perguntou-lhe o boi: “Como vais, querido irmão?”. Vou muito bem, respondeu o burro. Mas ouvi algo que me fez estremecer por tua causa. Ouvi nosso amo dizer:” Se o boi continuar doente, deveremos matá-lo para não perdermos sua carne. Minha opinião é que tu comas tua ração e voltes para tua tarefa a fim de evitar tamanho infortúnio”.
     O boi concordou, e devorou imediatamente toda a sua ração.
     O lavrador estava ouvindo, e riu.
                                          Do livro,As mil e umas noites, apud Mansour Chalita,As mais Belas Páginas da Literatura Árabe, Rio de Janeiro. Ed. Civilização Brasileira, 1967,p.281.


  COMPREENSÃO DO TEXTO:
1 – O conselheiro de que fala o título do texto é:
(     ) o boi;               (     ) o burro;             (     ) o lavrador;       (     ) um amigo do lavrador
2 – De quem  partiu a iniciativa, isto é, o desejo do conselho: do boi ou do burro?Justifique sua resposta baseando-se no texto:
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3 – Por que o boi foi pedir conselho ao burro?
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4 – Surtiu efeito, isto é, foi bom para o boi o conselho? Justifique sua resposta, com palavras do texto.
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5 – Foi bom para o burro ter dado o conselho ao boi? Por quê?
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6 – O burro ficou prejudicado pelo conselho que deu ao boi. Como consegui safar-se da nova situação?
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7 – A qualidade do burro que mais se destaca na história é:
(     ) a esperteza;            (     ) a maldade;             (     ) a preguiça;              (     ) a bondade
8 – No lavrador o que mais nos chama a atenção é:
(     )a paciência                (     ) a compreensão;               (     ) a esperteza;
Justifique a sua resposta:____________________________________________________
_________________________________________________________________________
9 – Assinale a alternativa que melhor se relaciona com o texto:
(     ) o boi é um animal preguiçoso ;                 
(     ) o boi é um animal guloso;
(     ) o burro é um animal bem burro mesmo ;
(     ) o burro é um animal esperto;
(     ) o lavrador conversava com os animais;
10 – Esse texto pertence ao tipo de história com o gênero FÁBULA porque:
(     ) é uma história imaginária cujas personagens são animais que conversam, e atrás da história esconde um ensinamento.
(     ) é uma história muito bacana, bem interessante, o que caracteriza uma fábula.
(     ) é uma história inventada.
UM SAPATO EM CADA PÉ
Esta é a história de dois pezinhos.
  Um pé esquerdo e um direito. Quem olhava assim rápido nem via muita diferença entre eles. Podia achar que um fosse o reflexo do outro como num espelho, mas eram muito diferentes.
  O esquerdo tinha o dedão mais gordinho e gostava de futebol. O direito morria de cócegas e adorava balé.
  O esquerdo preferia usar tênis.  Já o direito, por ele vivia descalço.
  O esquerdo, muito vaidoso, ficava feliz de unhas cortadas. O direito, mais desleixado, às vezes cheirava chulé.
  Como os pezinhos dependiam de sua dona, viviam fazendo acordos:
  - Tá bom, eu vou para trás na hora do arabesque, lá na aula de balé – dizia o esquerdo. – Mas, no futebol, eu chuto a bola.
  - Legal. – concordava o direito. – Mas, quando a gente estiver dançando, não fique reclamando que a sapatilha aperta.
  Conversavam sempre à noite, quando Mariana, a dona deles, dormia. Assim, podiam se entender melhor.
  Uma noite, Mariana perdeu o sono. Enquanto contava carneirinhos, ouviu uma vozinha dizendo assim:
  - Tomara que amanhã ela ponha meia rosa.
  A menina levou um susto. Levantou a cabeça do travesseiro, a tempo de ouvir o pé direito responder:
  - Ah, não. Gosto mais daquelas de listrinhas azuis.
  Mariana não podia acreditar no que via e ouvia. Os pezinhos continuaram:
  - Esqueceu que amanhã tem aula de futebol? – lembrou o esquerdo. – Ela sempre põe meias cor-de-rosa quando vai jogar.
  - Droga, então vai vestir as chuteiras também. Depois você reclama se eu fico cheirando a chulé.
  - Vou marcar um golaço, duvida? – gabou o esquerdo.
  -  Não, sei que graça você vê em futebol! – suspirou o direito.
  Mariana fez uma cara de quem tinha descoberto a América:
  - Então é por isso que eu chuto melhor com a esquerda!
  Os pezinhos prosseguiram no papo:
  - Não ligue. À tarde, ela vai na aula de dança e ai você fica feliz.
  - Vou fazer a melhor pirueta da minha vida, me espere!
  A menina se surpreendeu mais uma vez:
  - Por isso eu arraso quando fico na ponta do pé direito!
  Comovida, Mariana pensou no esforço que seus pezinhos faziam para se entenderem, apesar das diferenças. Pensou também como seria se todas as pessoas fizessem o mesmo.
  Afundou no travesseiro e dormiu.
  Na manhã seguinte, ela resolveu fazer uma surpresa para os seus pés. No esquerdo, vestiu a meia rosa e a chuteira. No direito, a meia listradinha de azul e a sapatilha. Foi para escola assim, com um pé de cada jeito.
  Quando pisou na sala de aula, seus colegas começaram a caçoar dela. Mariana tentou explicar que seus pés eram diferentes um do outro e que isso não tinha o menor problema. Mas a turma não parava de rir.
  Mariana descobriu como era difícil ser diferente. Só porque não usava sapatos iguais como todo mundo, tinha virado motivo de riso. Morrendo de raiva, ela foi chorar na biblioteca.
  Escondida atrás de uma estante, abaixou-se para ficar mais perto de seus pés. Acariciando ora o esquerdo, ora o direito, e disse:
  - Não liguem para esses bobos. Eu não vou deixar de gostar de vocês só porque são diferentes um do outro.
  Estava nisso quando alguém se aproximou. Mariana olhou pela fresta de uma prateleira e tudo que viu foi dois pés. Um estava calçado com tênis. O outro, com chinelo de praia.
  A menina levantou os olhos, maravilhada. Deu de cara com o Edgar, o novo colega de escola. Ele estendeu-lhe a mão dizendo:
  - Não chore, Mariana. Nenhum PÉ É IGUAL AO OUTRO.
  Foram os dois para o pátio. Ela já nem ligava mais para a zoada dos colegas. Mariana só ficava pensando num jeito de apresentar seus pés aos pés de Edgar.

Cláudio Fragata. In: Recreio Especial: Era uma vez..., n. 1. São Paulo, Abril, s/d.
Vocabulário
arabesque: constitui uma das poses básicas do Ballet Clássico.
gabou: orgulhou-se   

ESTUDO DO TEXTO: 
                                                                                                              
1) “Esta história é sobre dois pezinhos. Um pé esquerdo e um direito. Quem olhava assim rápido nem via muita diferença entre eles. Podia achar que um fosse o reflexo do outro como num espelho, mas eram muito diferentes.”. Escreva as diferenças que existiam entre os dois pezinhos: 
                                    

Pé direito
Pé esquerdo


















2) “A menina perdeu o sono e levou um susto.” 
                                                                                         
a) Que fato ocorreu que surpreendeu a menina?

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3) “Mariana fez uma cara de quem tinha descoberto a América.” Que grande descoberta ela teve? 
            
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4) O texto mostra que os colegas de Mariana reagiram de maneira errada. Marque com  x aquela que resume melhor a reação dos colegas de Mariana: 
                                                                                     
(   ) medo                              (   ) preconceito                    (   ) raiva                             (   ) simpatia


5) “ Mariana descobriu como era difícil ser diferente.” O que a fez se sentir diferente de todo mundo? 
           
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6) “Mariana olhou pela fresta de uma prateleira e tudo que viu foi dois pés.” Neste momento como ela ficou?                                                                                                                                                                    

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7) Qual é a lição que Mariana aprendeu?  
                                                                                                     
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UMA DAS MARIAS

Um dia, Maria chegou em casa da escola, muito triste. 
— O que foi? — perguntou a mãe de Maria.
Mas Maria nem quis conversa. Foi direto para o seu quarto, pegou o seu Snoopy e se atirou na cama, onde ficou 
deitada, emburrada.
A mãe de Maria foi ver se Maria estava com febre. Não estava. Perguntou se estava sentindo alguma coisa. Não 
estava. Perguntou se estava com fome. Não estava. Perguntou o que era, então.
— Nada — disse Maria. 
A mãe resolveu não insistir. Deixou Maria deitada na cama, abraçada com o seu Snoopy, emburrada. Quando o pai de 
Maria chegou em casa do trabalho a mãe de Maria avisou:
— Melhor nem falar com ela...
Maria estava com cara de poucos amigos. Pior. Estava com cara de amigo nenhum.
Na mesa do jantar, Maria de repente falou:
— Eu não valo nada. 
O pai de Maria disse: 
— Em primeiro lugar, não se diz “eu não valo nada”. É “eu não valho nada”. Em segundo lugar, não é verdade.Você 
valhe muito. Quer dizer, vale muito. 
— Não valho. 
— Mas o que é isso? — disse a mãe de Maria. — Você é a nossa querida. Todos gostam de você. A mamãe, o papai, 
a vovó, os tios, as tias. Para nós, você é uma preciosidade.
Mas Maria não se convenceu. Disse que era igual a mil outras pessoas. A milhões de outras pessoas.
— Só na minha aula tem sete Marias!
— Querida... — começou a dizer a mãe. Mas o pai interrompeu.
— Maria — disse o pai — você sabe por que um diamante vale tanto dinheiro?
— Porque é raro. Um pedaço de vidro também é bonito. Mas o vidro se encontra em toda parte. Um diamante é difícil 
de encontrar. Quanto mais rara é uma coisa, mais ela vale. Você sabe por que o ouro vale tanto?
— Por quê?
— Porque tem pouquíssimo ouro no mundo. Se o ouro fosse como areia, a gente ia caminhar no ouro, ia rolar no ouro, 
depois ia chegar em casa e lavar o ouro do corpo para não ficar suja. Agora, imagina se em todo o mundo só existisse uma 
pepita de ouro.
— Ia ser a coisa mais valiosa do mundo.
— Pois é. E em todo o mundo só existe uma Maria.
— Só na minha aula são sete.
— Mas são outras Marias. 
— São iguais a mim. Dois olhos, um nariz...
—Mas esta pintinha aqui nenhuma delas tem.
— É...
— Você já se deu conta que em todo mundo só existe uma você?
— Mas pai...
— Só uma. Você é uma raridade. Podem existir outras parecidas. Mas você, você mesmo, só existe uma. Se algum dia 
aparecer outra você na sua frente, você pode dizer: é falsa. 
— Então eu sou a coisa mais valiosa do mundo.
— Olha, você deve estar valendo aí uns três trilhões...
Naquela noite a mãe de Maria passou perto do quarto dela e ouviu Maria falando com o Snoopy:
— Sabe um diamante? 
Interpretação de texto

1) Por que Maria chegou da escola tão triste?

( ) Foi mal na prova.
( ) A professora gritou com ela.
( ) Uma amiga a desprezou.
( ) Sentia-se sem valor. 
( ) Estava doente.

2) De que forma o pai de Maria a ajudou a sentir-se melhor:

( ) Mostrou-lhe que ela era única. 
( ) Comprou-lhe uma roupa nova.
( ) Foi ao shopping com ela.
( ) Deu-lhe um presente muito caro.
( ) Saiu com ela para tomar sorvete.

3) O texto é uma narrativa e contém vários diálogos. Que sinal de pontuação foi usado para introduzi-los?

( ) Travessão 
( ) Hífen
( ) Vírgula
( ) Aspas
( ) Reticências

4) Substitua a expressão em negrito pelo verbo que mais se aproxime do seu significado na frase: 
“Você já se deu conta que em todo mundo só existe uma você?”

( ) Encontrou
( ) Percebeu 
( ) Achou
( ) Buscou
( ) Olhou

5) Que substantivos foram usados pelo pai, na conversa com Maria, para que a menina compreendesse o seu valor :

( ) Bonito, precioso
( ) Raro, ouro
( ) Diamante, único
( ) Ouro, diamante 
( ) Valioso, único
           
           
           

























RESOLVA AS PALAVRAS CRUZADAS COM CH!

Palavras escritas com CH

Resolva as cuzadinhas, pesquisando as palavras no texto A CHÁCARA DO CHICO BOLACHA de Cecília Meireles.

Texto de apoio

NA CHÁCARA DO CHICO BOLACHA,

O QUE SE PROCURA

NUNCA SE ACHA!

QUANDO CHOVE MUITO,

CHICO BRINCA DE BARCO

PORQUE A CHÁCARA VIRA CHARCO

QUANDO CHOVE NADA,

CHICO TRABALHA COM A ENXADA

E LOGO SE MACHUCA

E FICA DE MÃO INCHADA.

POR ISSO, COM O CHICO BOLACHA,

O QUE SE PROCURA NUNCA SE ACHA.

DIZEM QUE A CHÁCARA DO CHICO

SÓ TEM CHUCHU

E UM CACHORRO COXO

QUE SE CHAMA CAXAMBU.

OUTRAS COISAS, NINGUÉM PROCURE,

PORQUE NÃO SE ACHA.

COITADO DO CHICO BOLACHA!




Agora divirta-se resolvendo as cruzadinhas! Clique nos números, leia as pistas e pesquise no texto as palavras com CH.







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Horizontais

1. Tem oito letras e é nome comum "animal".
2. Tem seis letras e significa "água parada cheia de lama e lodo".
6. Tem cinco letras e é verbo que indica fenômeno da natureza.
7. Tem sete letras, é verbo e significa "fere, sofre contusão".
8. Tem cinco letras e é nome próprio de pessoa..
10. Tem cinco letras, é verbo e significa "tem por nome".

Verticais

1. Tem sete letras e tem acento "´".
3. Tem quatro letras, é verbo no tempo presente e significa "encontra".
4. Tem seis letras e uma sílaba repetida.
5. Tem sete letras e é nome de um alimento.
9. Tem sete letras e começa com "I".

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Dez sugestões para trabalhar com texto.


Texto em tiras
  • Selecione um texto curto e escreva-o em tiras de papel pardo ou ofício. Cada frase ou parte do texto deverá estar escrito em uma tira,
  • Divida a turma em grupos,
  • Divida uma ou umas tiras para cada elemento do grupo - de forma desordenada - e peça para que o grupo o reconstrua no chão. Essa atividade é sócio-interativa e promove a participação de todos na reorganização do texto.
Horóscopo
  • Selecione de jornal ou revistas os horóscopos de todos os signos. Pode ser um da semana passada ninguém vai perceber,
  • Pegue o corretivo e, aleatoriamente, dê umas pinceladas nele.Cuide para que haja pelo menos uma palavra agada em cada signo,
  • Tire xerox e dê para cada dupla recompor os textos que foram apagados. Antes de tudo faça perguntas como: quem acredita em horóscopo? quem costuma ler horóscopo?alguma vez a previsão deu certo? e outras
  • Discuta a recomposição dos textos e que fez cada dupla colocar aquela palavra.
Anedotas
  • Selecione algumas piadas e, em duas colunas divida as piadas ao meio: o início da piada na primeira coluna e na outra - de forma desencontrada - o final das piadas. Os alunos deverão ler e combinar os textos humorísticos.
Tiras em quadrinhos
  • Recorte algumas tiras em quadrinhos,
  • cole-as em uma folha com as partes desencontradas,
  • Os alunos deverão lê-las e organizá-las de forma apropriada.
Outra com tiras
  • Recorte tiras de história em quadrinhos e cole em uma folha , porém na ordem certa,
  • Apagua as falas,
  • Peça que os alunos completem da melhor maneira possível,de forma que a história tenha coerência. Esse trabalho pode ser feito em duplas.
Ache a foto da notícia
  • Recorte várias notícias com fotos do jornal. Elimine as legendas,
  • Separe as fotos das notícias,
  • Desafi-os a encontrar as fotos das notícias.
Notícia completa
  • Recorte várias notícias de jornal que tenham as quatro partes fundamentais - 1) título/manchete, 2) lead, 3) corpo, 4) foto com legenda.
  • Desmembre as notícias,recortando as partes de cada uma,
  • Embaralhe tudinho e peça ao grupo para reorganizá-las novamente.
Texto Quebra cabeça
  • Recorte alguns textos (um pra cada ou pra grupos),
  • Faça marcações desorganizadas nos textos (tal qual nos quebra cabeças) e recorte-os,
  • Ofereça aos grupos para que os monte novamente. Você poderá em ter mãos algumas perguntas de interpretações para que o grupo responda, dando conta do entendimento da leitura que fizeram. Também poderá ser feita em forma de gincana: o grupo que primeiro responder as perguntas corretamente será o vencedor.
Charges
  • Recorte charges dos jornais,
  • Distribua e peça que façam a leitura discutindo o acontecimento e identificando os personagens,
  • Troque com os grupos de forma que todos possam fazer várias leituras,
  • Faça a discussão coletivo de cada charge.
Lendo Figuras
  • Selecione figuras,
  • Peça para que cada um faça uma leitura do texto extra verbal - silenciosamente,
  • Peça que o aluno fale o que viu na sua figura, de forma que aluno aprenda a organizar seu pensamento.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

PROVA DE PORTUGUÊS 9° ANO (8ª SÉRIE) COM INTERPRETAÇÃO DE TEXTO E GABARITO




Sobre a minha mesa, na redação do jornal, encontrei-o, numa tarde quente de verão. É um inseto que parece um aeroplano de quatro asas translúcidas e gosta de sobrevoar os açudes, os córregos e as poças de água. É um bicho do mato e não da cidade. Mas que fazia ali, sobre a minha mesa, em pleno coração da metrópole?
Parecia morto, mas notei que movia nervosamente as estranhas e minúsculas mandíbulas. Estava morrendo de sede, talvez pudesse salvá-lo. Peguei-o pelas asas e levei-o até o banheiro. Depois de acomodá-lo a um canto da pia, molhei a mão e deixei que a água pingasse sobre a sua cabeça e suas asas. Permaneceu imóvel. É, não tem mais jeito — pensei comigo. Mas eis que ele se estremece todo e move a boca molhada. A água tinha escorrido toda, era preciso arranjar um meio de mantê-la ao seu alcance sem, contudo afogá-lo. A outra pia talvez desse mais jeito. Transferi-o para lá, acomodei-o e voltei para a redação.
Mas a memória tomara outro rumo. Lá na minha terra, nosso grupo de meninos chamava esse bicho de macaquinho voador e era diversão nossa caçá-los, amarrá-los com uma linha e deixá-los voar acima de nossa cabeça. Lembrava também do açude, na fazenda, onde eles apareciam em formação de esquadrilha e pousavam na água escura. Mas que diabo fazia na avenida Rio Branco esse macaquinho voador? Teria ele voado do Coroatá até aqui, só para me encontrar? Seria ele uma estranha mensagem da natureza a este desertor?
Voltei ao banheiro e em tempo de evitar que o servente o matasse. “Não faça isso com o coitado!” “Coitado nada, esse bicho deve causar doença.” Tomei-o da mão do homem e o pus de novo na pia. O homem ficou espantado e saiu, sem saber que laços de afeição e história me ligavam àquele estranho ser. Ajeitei-o, dei-lhe água e voltei ao trabalho. Mas o tempo urgia, textos, notícias, telefonemas, fui para casa sem me lembrar mais dele.
(GULLAR, Ferreira. O menino e o arco-íris e outras crônicas. Para gostar de ler, 31.
São Paulo: Ática, 2001. p. 88-89)

1 - Ao encontrar um inseto quase morto em sua mesa, o homem
a) colocou-o dentro de um pote de água.
b) escondeu-o para que ninguém o matasse.
c) pingou água sobre sua cabeça.
d) procurou por outros insetos no escritório.
e) não lhe deu muita importância.

2 - O homem interessou-se pelo inseto porque
a) decidiu descansar do trabalho cansativo que realizava no jornal.
b) estranhou a presença de um inseto do mato em plena cidade.
c) percebeu que ele estava fraco e doente por falta de água.
d) resolveu salvar o animal para analisar o funcionamento do seu corpo.
e) era um inseto perigoso e contagioso.

3 - A mudança na rotina do homem deu-se
a) à chegada do inseto na redação do jornal.
b) ao intenso calor daquela tarde de verão.
c) à monotonia do trabalho no escritório.
d) à transferência de local onde estava o inseto.
e) devido ao cansaço do dia.

4 - Em “Não faça isso com o coitado!”, a palavra sublinhada sugere sentimento de
a) maldade
b) crueldade
c) desprezo
d) esperança
e) afeição

5 - A presença do inseto na redação do jornal provocou no homem
a) curiosidade científica.
b) sensação de medo.
c) medo de pegar uma doença.
d) lembranças da infância.
e) preocupação com o próximo.

6 - Com base na leitura do texto pode-se concluir que a questão central é
a) a presença inesperada de um inseto do mato na cidade.
b) a saudade dos amigos de infância
c) a vida pacifica da grande cidade.
d) a preocupação com a proteção aos animais.
e) o cuidado que se deve ter com todos os insetos.

7 – Não se deu destaque a uma oração coordenada na opção:
A) Censura teus amigos em particular e elogia-os em público
B) O tambor faz muito barulho, mas é vazio por dentro.
C) Prega bem quem vive bem.
D) Me empenhei muito, pois queria vencer na competição.
E) Comprei vários quadros e artesanatos também.

8 - Assinale a alternativa em que a associação está correta:
I. Deus fez a luz; depois criou a natureza e, finalmente, formou o homem.
II. Se quiseres vencer na vida, cultiva a paciência e segue a lei do Amor. 
III. Conheci um grande amigo!

A - Período composto por coordenação. 
B - Período simples. 

A) I-A; II-B; III-A
B) I-B; II-A; III-B
C) I-A; II-A; III-B
D) I-B; II-B; III-A
E) I-A; II-A; III-A


9 - Assinale a sequência de conjunções que estabelecem, entre as orações de cada item, uma correta relação de sentido:

1. Correu demais, _______ caiu. 
2. Dormiu mal, _______ os sonhos não o deixaram em paz. 
3. A matéria perece, _______ a alma é imortal. 
4. Leu o livro, _______ é capaz de descrever as personagens com detalhes.
5. Guarde seus pertences, _______ podem servir mais tarde.

A) porque, todavia, portanto, logo, entretanto
B) por isso, porque, mas, portanto, que
C) logo, porém, pois, porque, mas
D) por isso, porque, e, porém, mas
E) pois, porém, pois, porém, contudo


10 - Analise sintaticamente a oração em destaque:
“Bem-aventurados os que ficam, porque eles serão recompensados.”(Machado de Assis)

A) oração coordenada assindética
B) oração coordenada sindética adversativa
C) oração coordenada sindética aditiva
D) oração coordenada sindética conclusiva
E) oração coordenada sindética explicativa

GABARITO:
1 – C / 2 – B / 3 – A / 4 – E / 5 – D / 6 – A / 7 – C / 8 – C / 9 – B / 10 – E